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FILHOS TRANSFORMADOS PELO TESTEMUNHO DE SUAS MÃES

                 Estudo Bíblico - mês de abril  (Parte I)


VIÚVA DE SAREPTA: A PRIMAZIA QUE LEVA À PROVISÃO – I Reis 17:8-24

O impacto que o testemunho da fé dos pais causa na vida espiritual dos filhos é inevitável. Quando os vemos desenvolvendo um relacionamento com Deus e envolvidos em seu serviço, nos alegramos em reconhecer o quanto Jesus é maravilhoso conosco e nos usa para evangelizarmos seus corações. Só o Espírito Santo nos faz perceber seu mover e agir por meio da família. Como pais, recebemos de Deus a responsabilidade de pastorearmos nossos filhos como faziam os israelitas no passado como diz na sua palavra, "Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas" (Deuteronômio 6:4-9). Imagine se alguns filhos de personagens bíblicos, tivessem a oportunidade de testemunharem a influência da fé de suas próprias mães na vida deles? Estes estudos pretendem além de aguçar a nossa imaginação, nos fazer evidenciar preciosas e vibrantes lições da palavra de Deus sobre a eficácia do testemunho no lar. Primeiro pensemos nas lições deixadas pela viúva de Sarepta sobre dependência e obediência ao Senhor. Depois vejamos o que nos transmite a viúva do servo de Eliseu sobre a previdência e o trabalho e finalmente a fé e esperança da Sunamita ao ter seu filho restituído.  Estas famílias muito nos ensinam sobre a importante influência que o exemplo causa na vida dos nossos filhos. Em uma sociedade hedonista em que cada vez mais os jovens são influenciados e “testados” quanto às suas convicções em nome da “liberdade” e “felicidade”. É urgente e necessário que perseveremos em ensiná-los princípios para toda vida, e para isto, a bíblia continua como a insubstituível revelação para todas as gerações.  

A

I – Enfrente tempos difíceis com extrema fé em Deus. (I Reis 17:8-11)

Imagino que se perguntássemos ao filho da viúva de Sarepta sobre sua infância, ele diria algo assim: - Lembro-me de quando eu era bem pequeno, meu pai faleceu. Criar-me então, se transformara em um desafio intransponível. Passados os anos, houve grande seca e escassez e minha mãe me contou que certo dia ela teve um sonho em que uma voz dizia para alimentar um profeta que haveria de passar em nossa cidade, o qual lhe pediria água e pão. Como podia Javé requerer tal ajuda de quem tinha tão pouco? Com isso ela acordou. No entanto aquelas palavras permaneciam em seu coração.
Quantas famílias em nossos dias enfrentam seca, fome e escassez? São muitas as perdas, crises, e desigualdades sociais que levam necessidades básicas a não serem supridas. A realidade social presente no texto bíblico é também, hoje em dia, semelhante a muitos lares dirigidos e mantidos por mulheres que enfrentam com a enfermidade, desemprego ou as limitações de uma aposentadoria, a incapacidade de pagarem suas contas e manterem, muitas vezes, somente o essencial.
Diante desta narrativa, este filho poderia afirmar que, com o exemplo de sua mãe, aprendeu a depender do seu criador, principalmente em tempos de crise e escassez. Sua fé se transformou em um testemunho de como Deus age suprindo-nos com o melhor quando lhe entregamos o pouco que temos. O segredo da lição transmitida estava na primazia da entrega diante de um amanhã aparentemente incerto. Precisamos confiar que, o Deus que cuida dos pássaros, também cuidará de nós (Mateus 6:26). Temos desenvolvido esta confiança no Senhor? Nossos filhos percebem em nós exemplos de fidelidade e confiança em meio a crises? A fé que temos precisa alcançar os corações mais próximos de nós, nossos filhos devem ser influenciados por ela, caso contrário, eles rapidamente se encantarão pela aparente eficácia das aventuras e lições de seus heróis, mestres e amigos.
IIConfie mais no provedor do que nas possibilidades das pessoas e circunstâncias. (I Reis 17:12-16).
         E se perguntássemos a este filho sobre a suficiência da presença do Senhor em seu lar? Possivelmente ouviríamos: - Certo dia apareceu o tal profeta e minha mãe logo lembrou-se do sonho. No início ele só pediu água e depois, pediu pão. Acontece que ela jurou por Javé que o pouco que nós tínhamos mal daria para ela e para mim. “...há somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija...”. Para minha mãe, aquela refeição representava “um resto” que, no máximo, retardaria só um pouco a nossa fome e morte. Contudo, ao confiar na voz do Senhor, ela me ensinou que crer é agir com fidelidade mesmo em situações limites. O Deus que críamos e servíamos era real e se manifestou com seu agir e promessa por meio do profeta Elias.
As lições de um testemunho como este, nos mostra que não devemos confiar no que está em nossas mãos e nos faz crer que a voz da suficiência e provisão não tem sua origem nas palavras humanas do profeta e sim do Todo Poderoso: “...Porque assim diz o Senhor, Deus de Israel: A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite de tua botija não faltará, até ao dia em que o Senhor fizer chover sobre a terra”  (I Reis 17:14). Em uma cultura religiosa que facilmente transforma pastores e líderes em gurus e milagreiros, devemos sempre reafirmar que a fidelidade e suficiência em nossas vidas pertencem ao Senhor. São as escrituras que nos transmitem as verdades a serem reveladas a nós. “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nela a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (João 5:39).
Muitos em nossos dias reivindicam as mais diversas bênçãos do Senhor como principal motivação e objetivo de adoração, porém só diante das adversidades é que muitos frequentam os cultos e as orações comunitárias. Não é assim mesmo? Ao contrário disto, somos desafiados a nos alimentarmos da palavra de Deus com o coração disposto a mudar e não apenas ouvirmos a voz do Senhor e recebermos suas bênçãos. Temos lido a palavra do Senhor a fim de ouvirmos sua voz? Confiamos que nossa provisão e suficiência vem do Senhor ou tememos o amanhã? O próprio Jesus citou este episódio em Lucas 4:25,26 mostrando que Deus é suficiente para usar as nossas limitações em prol da glória do engrandecimento de Seu nome.
III – Aprenda que o cumprimento da palavra de Deus promove mudanças em nós e a Glória é apenas d’Ele. (I Reis 17:17-24).
Imaginemos vivendo em nossos dias, o que “publicaria” nas redes sociais o filho da viúva de Sarepta sobre as experiências vividas em família e o desempenho de Elias como profeta? Diante de tanta audiência e comentários sobre testemunhos de curas, ministérios e líderes presentes na mídia, redes sociais, nos templos e nas conversas ao redor da mesa, e que nem sempre a Glória do Senhor é transmitida, o que ele diria? Acredito que se ele “postasse” no Youtube um vídeo sobre seu retorno à vida, suas declarações poderiam ser algo assim:  - Certo dia eu estava em casa e passei a sentir-me muito mal, era um dia quente e eu sentia fortes dores no corpo, foram momentos de muita angústia em que a única coisa que lembro era de ouvir minha mãe soluçando e clamando a Deus por minha vida. Depois disso, apaguei. Não imagino quanto tempo fiquei “desacordado”, mas minha mãe contou-me que minha respiração cessou e meus batimentos cardíacos pararam. Ao ver-me naquele estado, ela imediatamente pegou seu celular e ligou para o pastor Elias pedindo que orasse por mim. Quando “acordei”, não lembrava de nada, apenas ouvia muitos gritos eufóricos dando glórias ao Senhor.
Resolvi gravar este vídeo para dizer que toda essa experiência me fez aprender que a voz de Deus é ouvida por meio de sua palavra e que a oração é o instrumento em que buscamos um poder que nós mesmos não possuímos. Aprendi que o maior milagre da ação de Deus não acontece na ascensão social, na prosperidade ou na restituição da saúde e sim, nas mudanças interiores que experimentamos em nossas experiências com Deus e sua palavra. Minha fé tornou-se mais robusta e meu coração mais humilde e dependente. Somente a Deus toda honra e louvor!
 A hipótese no relato acima, nos faz reconhecer que de fato o texto bíblico ensina que, tanto a manutenção da viúva e “...os de sua casa” por muitos dias, (I Reis 17:15), quanto a restituição do seu filho, se mostram como instrumentos de Deus para transformá-la e ao mesmo tempo promover sua Glória.  Só Deus opera milagres e ao nos submetermos a Ele, verdadeiras transformações interiores acontecem. Não foi Elias que ressuscitou aquele jovem, foi o poder de Deus, Aleluia! A carta de Tiago afirma que o próprio profeta era como nós, e precisou ser transformado. (Tiago 5:17), ele sentiu desânimo, medo, fugiu e enfrentou depressão (I Reis 19:1-18). As bênçãos de Deus em nossas vidas nos fazem dependentes e manifestam unicamente a glória do Senhor e não o poder humano. No final do texto bíblico ouvimos a declaração: “Então, a mulher disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade” (I Reis 17:24). Em um mundo tão competitivo, e que busca enaltecer o homem e suas ações, não podemos deixar que os corações de nossos filhos sejam seduzidos por seus heróis, pela inteligência de seus mestres, pela formação profissional ou pelas tecnologias. A palavra de Deus continua sendo o poder de Deus que nos transforma para sua glória.
CONCLUSÃO: Nem sempre os dias serão alegres e de abundância de recursos, saúde e felicidade. Mas vale a pena ter fé, confiar e aprender a palavra do Senhor. Ela sempre se cumprirá na vida daqueles que a obedecem. Com o exemplo da viúva de Sarepta aprendemos que a fé nos fortalece para o enfrentamento das dificuldades, nosso desafio é confiarmos mais no Senhor do que em nossas próprias possibilidades. Finalmente aprendemos que Deus nos transforma por meio de sua palavra e seu agir em nós, quando isto ocorre, é unicamente sua Glória que devemos manifestar. Estas importantes lições ficarão na mente e no coração de nossos filhos. Assim também, ocorra em cada lar, pois a palavra de Deus afirma: “O Senhor é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece aqueles que Nele se refugiam” (Naum 1:7). Louvado seja o Senhor!                                          

 
Presença
Podem as águas tumultuar o mundo e o dilúvio ameaçar cair implacável sobre a superfície seca. Pode a terra estremecer debaixo de meus pés e o terremoto abalar os alicerces mais firmes, generalizando a insegurança entre os que pensam estar de pé. Pode o mar se revoltar contra suas limitações, levantar-se em ondas agressivas que, levadas pelo vento, queiram naufragar o barco que vai. Os montes mais altos, as serras sem fim, os cumes frios podem ser envolvidos pelas nuvens e tudo escurecer no cinzento que ameaça, fazendo abalar o que nunca tremeu. Tudo pode acontecer e sobrevir inesperadamente.
Mas há uma presença...
Havia ovelhas. Era noite. Tudo estava calmo. A brisa era agradável. Eles conversavam, como sempre faziam, nas vigílias da noite. O assunto? Não sei...contudo é bem certo que, de repente, uma luz, um clarão maravilhoso os envolveu. Ficaram atônitos e atemorizados com o que estava acontecendo. Era o brilho da glória. E o anjo dizia:
- Não tenham medo! Eu trago para vocês uma notícia muito alegre. É a mais importante que já se ouviu no mundo. O Salvador, o Messias, o Senhor nasceu esta noite em Belém da Judéia.
Assim se cumpriu a promessa da presença.
Deus está no meio da cidade. Discute com os doutores no templo. Sofre as mesmas tentações que nós. Semeia o bem. Cura os doentes. Acalma os aflitos. Convoca homens rudes e humildes para acompanhá-lo. Dá vida aos mortos e fala de fé. Vai de caminho em caminho, de vila em vila, de casa em casa. Enfrenta os poderosos e estende a mão aos abatidos. Fala do Pai, fala do Reino, fala do amor. Diz que a vida é mais que a comida ou a roupa bonita. Quebra o galho seco e alimenta os que têm fome e sede de justiça. Preocupa-se com os que estão perdidos e rejeita os enfatuados e orgulhosos. Exalta a gratidão, lamenta os ricos e abastados. Visita a casa de pecadores. Afirma que a moeda da viúva vale mais que as boas ofertas dos abastados. Prega a salvação. Ama. Perdoa.
Deus está no meio da cidade. Passeia entre o povo. Conversa com um e com outro. Caminha pelas ruas. É visto em toda parte. Fala com todos. Um leproso chega perto dele. Vejam! Aproxima-se e diz:
- Se o Senhor quiser, pode curar-me.
- Eu quero, fique curado. – E a doença desapareceu para sempre...
Presença. Entra pela casa a dentro. Vai jantar com um homem importante. Espanta os presentes, porque deixa, permite que uma pecadora o toque e chore sobre seus pés:
- Vês esta mulher, Simão? Eu entrei na casa de você, que é um fariseu, e você não se deu ao trabalho de me dar água para lavar os pés, todavia ela os lavou com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos. É hábito saudar os que chegam, com um beijo. Você não fez isso, quando entrei aqui. Esta mulher, Simão, beijou meus pés diversas vezes desde a hora em que me sentei. Não é comum, por cortesia, aqui em Jerusalém, colocar óleo na cabeça do visitante que chega? Você se esqueceu disso. Ela, não: cobriu meus pés com perfume raro. Portanto, os pecados dela, que são muitos, estão perdoados, pois muito amou!
Presença. Jesus está no meio da cidade. Falando. Aconselhando. Contando estórias em parábolas, para ensinar o caminho certo. Acalmando tempestades no mar. Dizendo a toda hora:
- Tudo é possível ao que crê.
- Tenha fé em Deus.
- Não fique ansioso.
- Eu estou deixando para você paz, paz de espírito, que não é passageira como a paz que apresentam comumente aí pelo mundo afora.
- Não fique preocupado com o dia de amanhã. Deus cuida dele. Já é suficiente a preocupação de cada dia.
- Olhe para os lírios e para as flores mais belas do campo. Como são lindos!  Nem Salomão, com toda a sua glória, se vestiu assim.
- Veja os passarinhos voando, contentes, felizes. Não estão preocupados com a comida. Deus os alimenta. Você vale muito mais do que um passarinho. Ele também vai cuidar de você.
Presença. É necessário você saber que o Natal fala da vinda de Jesus para ficar conosco. Comigo. Com você. É só abrir o coração, deixar Ele entrar na vida da gente e fazer as coisas como Ele acha melhor. Ele ainda está falando e as palavras vão em eco sem fim:
- Eu estarei sempre com vocês, até o fim do mundo.
Porque então ter medo? Ou ficar aflita? Ao achar que não há solução, se Ele está presente? Ainda que haja tumulto, e a terra toda estremeça, e o mar se levante com um gigante, e os montes se abalem, e o mundo grite e ameace, Ele está aqui. Comigo. Agora.
Presença, amém.
Amaury da Souza Jardim é pastor congregacional e membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil

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